Transição do berço para a cama e a prática da cama compartilhada

Olá a todos os seguidores.
Fiquei um tempo sem escrever, mas estou retornando. Espero que todos estejam bem.
Diante de algumas perguntas que tenho recebido sobre a transição do berço para cama e sobre a prática da cama compartilhada, resolvi postar dois textos curtos sobre esses assuntos que escrevi para o face da Fisher Price esse ano.

Porém, gostaria de afirmar aqui que, muitas vezes, a criança nos surpreende nesses momentos. Afirmo isso, pois fiquei extremamente preocupada com o ‘trabalho’ que  Maitê Maria nos daria na transição para a sua cama/quarto, pois eu e o Marcel sempre realizamos a cama compartilhada ou colocávamos um colchão no chão em nosso quarto para a pequena dormir.

Com certeza ter ficado tanto tempo longe da Maitê Maria nos estimulou ainda mais a essas práticas. Afinal de contas, a nossa carência afetiva era muito maior do que qualquer teoria sobre as controvérsias da criança dormir com os pais.
Decidimos fazer, definitivamente, a transição da Maitê Maria para o seu quarto e sua cama há 4 semanas, e já na primeira noite ela dormiu tranquilamente em seu novo espaço. Porém, antes dessa ação, Maitê Maria fez a transição de nossa cama- cama compartilhada- para um colchão que ficava bem perto da nossa cama. Essa etapa durou mais ou menos 3 meses. E quando percebemos que ela já adormecia sozinha, sem a necessidade de tanta proximidade com os pais, decidimos fazer a transição do colchão para a caminha dela (uma caminha bem baixinha e que permite que ela própria desça sem cair).
Em sua cama, sempre faço Maitê Maria adormecer. Não sigo a teoria que afirma que a criança precisa adormecer sozinha, e aproveito esse momento para contar histórias e rezar para o anjo da guarda.
Acho válido acrescentar que Maitê Maria nunca gostou do berço. Nunca! E talvez esse fato tenha ajudado ainda mais na transição para a cama, já que adora espaços mais amplos. Algumas crianças também demonstram esse comportamento de grande insatisfação com o berço e os pais precisam pensar em outras alternativas (colchão no chão, futon, camas bem baixas).
Outro aspecto que preciso pontuar é que existe uma fase- chamada período da angústia da separação, iniciada mais ou menos com 8 meses de idade, na qual a criança pede muito a proximidade física e afetiva dos pais- que pode interferir na qualidade do sono dos pequenos. É muito comum que antes dessa fase, as crianças nunca tenham dado problema durante a madrugada e depois dos 8, 9, 10 meses, a criança começa a chorar no meio da madrugada, acalmando-se apenas com a presença dos pais. Muitos pais, por estarem cansados e terem que trabalhar no dia seguinte acabam levando a criança para a cama do casal.
Afirmo sem nenhuma culpa que depois que me tornei mãe, eu não acho nada disso o fim do mundo, desde que os pais tenham segurança no que estão fazendo (ver os cuidados que devemos ter no texto sobre cama compartilhada).
Finalizo, pontuando que esse relato não é uma receita, mas apenas um indicativo que as transições e mudanças podem ser mais sofridas para os pais do que para as crianças. Com certeza algumas crianças darão mais trabalho do que outras, mas tenho percebido que com muita paciência, determinação e afeto, nós pais alcançamos os objetivos traçados para o bem estar de nossos pequenos.

Abaixo estão os dois textos. Espero que gostem e que eu possa ter auxiliado em algo.
Um grande abraço, Tetê e Maitê Maria1-Transição do berço para a cama
Os períodos de transição e de mudanças na rotina das crianças pequenas sempre trazem incertezas, dúvidas e medos para os pais, principalmente para os de primeira viagem. E a transição do berço para a cama não poderia ser diferente. Por mais que cada criança apresente o seu ritmo de desenvolvimento e demandas diferentes, elas rapidamente crescem, atingindo uma altura, mais ou menos entre 90 cm e, adquirem habilidades motoras, como ficar em pé, pular, andar e “saltar” do berço. Portanto, aquele espaço aconchegante do berço pode se transformar em um espaço apertado diante da altura/tamanho da criança e, aquelas grades, antes, meios poderosos de proteção contra quedas, podem se tornar obstáculos “prazerosos”, mas extremamente perigosos, na experimentação de saltos e de diferentes formas para a criança sair sozinha do berço. Eis aqui alguns fatores que sinalizam aos pais que o momento de mudança para a cama está chegando. Nós especialistas falamos sobre o “melhor momento” e, não, necessariamente, sobre a melhor idade, já que as crianças entre, mais ou menos, 18 meses até 3 anos podem apresentar comportamentos e características (como mencionei acima) sinalizadoras para a transição do berço para a cama. Existem várias maneiras de fazer esta transição, entre elas: colocar uma cama ao lado do berço, com grades protetoras e, aos poucos, permitir que a criança experimente e se adapte ao novo espaço; transformar o próprio berço (caso a altura e tamanho da criança ainda permitam) em uma mini cama; retirar o berço do quarto para colocar uma cama, com uma decoração nova no quarto e lençóis dos personagens prediletos da criança e/ou colocar um colchão no chão, para que a criança se acostume a dormir sem as grades do berço, sem que ocorra quedas importantes.  Assim como não existe uma idade específica para esta mudança, também não existe a melhor maneira para fazê-la, já que são as características da própria criança e do próprio ambiente que guiarão este processo. A única regra a ser seguida por todos os pais é a vigilância com a segurança ambiental. Criança livre para andar, explorar o ambiente e sair da cama sozinha não combina com perigos ambientais, tais como: escadas livres, janelas sem proteção, banheiros e cozinhas abertos, objetos que possam quebrar e cortar, produtos e materiais para limpeza ao alcance. Fiquem de olho e tenham muita paciência, especialmente, com as crianças que demonstrarem que, apesar da linda cama que ganharam, ainda precisam permanecer um pouquinho mais no berço.
2- Cama Compartilhada
A “cama compartilhada” ou também chamada de “co-sleeping” tem sido um assunto muito discutido ultimamente, talvez, diante do aumento de pais seguidores, apesar de ser uma prática bem antiga. As teorias sobre dormir ou não com os pais são controversas e não possuem a mesma linguagem. Alguns especialistas pontuam a importância da proximidade física com os pais para que a criança se sinta mais segura e acolhida afetivamente. Outros defendem a não permanência da criança na cama do casal e a necessidade, desde bebê, de ter o seu próprio espaço para se acostumar a dormir sozinha. Alguns métodos, como o “nana nenê”, defendem que os pais deixem as crianças chorarem em seu berço no momento de dormir, outros, como os teóricos do “co-sleeping”, abominam esta realidade e, assim por diante. Independente da teoria que nós pais decidirmos seguir e o local onde o bebê durma, é fato que devemos nos preocupar com alguns quesitos, como: a segurança para impedir sufocamentos nos bebês, cuidados para evitar a morte súbita nos recém-nascidos, a não dependência de drogas/álcool e/ou fumo por parte do casal e, a intimidade do mesmo. Como especialista e mãe, afirmo sem vergonha e sem culpa, que pratiquei e pratico, frequentemente, a cama compartilhada. Quando eu e meu marido estamos muito cansados e/ou com muita saudade de nossa pequena, a levamos para cama. Decidimos fazer isto, pois percebemos que Maitê Maria sempre dorme mais tranquila e a noite toda quando está ao nosso lado. Como especialista sei que a transição definitiva para o seu quarto pode ser mais demorada e bem mais difícil, mas como mãe, me sinto mais acolhedora ao trazer a minha filha para cama, seguindo os cuidados para sua segurança física, quando necessário e/ou conveniente. Decidi colocar um pouco da minha realidade, justamente para demonstrar que muito mais do que a defesa de uma única teoria, a realidade diária e afetiva entre pais e filhos deve também ser tomada em conta e respeitada.
Um grande beijo Teresa Ruas.

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