Desejo, desejo meu, qual será o futuro do meu filho?

Olá a todos! Espero que todos os seguidores estejam muito bem, mesmo diante da correria insana de nosso dia a dia. 
Estou tentando voltar aos poucos. Afinal de contas, o período do puerpério não é nada fácil. E somado a ele, estou enfrentando muitas dificuldades no aleitamento materno. Mas hoje venho aqui postar um texto que foi veiculado no Temos Que Falar Sobre Isso a semana passada- de minha autoria- e que nos remete a importantes reflexões no processo de educar e conviver com os nossos filhos. 
Espero que gostem! Até o proximo post, um grande beijo, Maitê Maria, Lucca e Tetê. 
“Desejo, desejo meu, qual será o futuro do meu filho”?

Quando nos tornamos pais e estamos diante de uma nova e crescente vida, é difícil não sonhar, imaginar ou vislumbrar o melhor para os nossos filhos. Todos os pais querem, sim, que seus filhos sejam felizes, saudáveis e realizados na vida afetiva, social e profissional. E quer saber a verdade? Ainda bem que sonhamos com estes propósitos,  não é mesmo? Afinal de contas, os pais devem, sim, almejar um futuro cheio de realizações e alegrias para seus filhos.
Porém, repito e afirmo: realizações para os nossos filhos, diante dos desejos e sonhos dos mesmos. E não diante dos nossos sonhos e idealizações, por mais difícil que tudo isso possa nos parecer.
O “ruído” na relação de alguns pais com seus filhos nasce justamente diante de um não adequado sentido e significado das frases supracitadas. As nossas realizações e frustrações, como pais, podem ser muito diferentes do que realmente motiva e/ou entristece os nossos filhos.
Podemos pensar nos vários aspectos, desde o profissional, o familiar, o social, o cultural, até mesmo o estilo de se vestir, das músicas preferidas e do ciclo de amizades.É lógico que a educação dos filhos recebe as influências culturais, sociais, afetivas e até mesmo profissionais que os pais trazem em suas bagagens pessoais. Porém, influenciar um tipo de comportamento e/ou escolha de um filho diante de seu próprio exemplo, papel e/ou função na vida social, profissional, familiar e/ou afetiva não é a mesma coisa que exigir ou determinar que nossos filhos sigam caminhos preestabelecidos diante de nossas frustrações, “fracassos” e/ou funções sociais estabelecidas ao longo de nossas vidas.
 Ou seja, um filho seguir a profissão da mãe ou do pai por achar que ele também se realizará pessoalmente, é totalmente diferente de seguir o mesmo caminho diante de uma tradição familiar, imposição de um dos pais e/ou uma “resolução”, consciente ou inconsciente, de uma frustração e/ou impossibilidade de realização por parte dos mesmos.
Escolher uma profissão, um estilo de vida, formas de se vestir e etc., diante do talento, das características e das habilidades que os filhos apresentam, é totalmente diferente de seguir as imposições, desejos e sonhos pré- determinados pelos pais.    
A realidade é que as consequências, diante dos feitos determinados pelos desejos, anseios e frustrações de um outro, causam muito ruído, dificuldades e distanciamento na relação entre pais e filhos. A culpa sentida pelos envolvidos na relação sempre traz prejuízos, problemas e dificuldades na vida afetiva e familiar, além de ser um fator prejudicial na construção da subjetividade, individualidade e autoestima dos filhos.
Sempre afirmo que ser um bom e amável pai e/ou mãe é também uma questão de escolha de cada um de nós. É uma questão de escolha, pois viver um dia de cada vez, sem antecipar sofrimentos e permitindo a livre expressão dos desejos e características de nossos filhos é um aprendizado diário, difícil e, muitas vezes, angustiante. Portanto, temos que estar bem cientes e conscientes quando decidimos nos tornar pais. A nossa determinação para os nossos filhos deve ser a felicidade e, não, uma projeção de nossos sonhos e anseios nos mesmos. 

Um grande beijo
Teresa Ruas.

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