Juliana Venezian

Desde cedo muito atenta ao desenvolvimento infantil e às questões da criança no mundo. Portanto já quis ser professora, pediatra, escritora, tudo que a ligava com o universo infantil. Já mais velha expandiu seus horizontes através da música e juntou as coisas. Queria ser musicoterapeuta. Mas na hora de escolher a profissão foi uma grande curiosidade que a moveu para a Psicologia: como é que os pensamentos e emoções surgem? De onde eles vêm? Assim começa a sua formação. Bacharel em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, desde os primeiros anos de graduação já foi capturada pela psicanálise e iniciou sua formação. Ali encontrou uma rica fonte teórica que lhe deu instrumentos para escutar os contextos relacionais e intervir ética e ludicamente com adultos e crianças. Formação esta que é contínua junto ao Fórum do Campo Lacaniano e depois junto ao psicanalista Ricardo Goldenberg em grupo de pesquisa psicanalítica. Juntando os conhecimentos psicológicos sobre desenvolvimento e a escuta analítica seguiu a trilha da criança curiosa em estudos na área: foi bolsista FUNDAP em aprimoramento em Unidades Básicas de Saúde na Faculdade de Saúde Pública da USP e trabalhou na área escolar em instituições educativas especiais e regulares, creches (CEDEI – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo) e assessoria à inclusão na Prefeitura de Santo André. Atendeu por dois anos no REPAM – Retaguarda Emocional a Alunos de Medicina, Fonoaudiologia e Enfermagem na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Hoje ministra aulas de escuta analítica a profissionais de saúde em cursos de pós, como no Hospital Israelita Albert Einstein e também formações a profissionais que atuam nas áreas da saúde e educação.

Estes trabalhos lhe dirigiram a atenção para além da intervenção com os pacientes, marcando na sua escuta a importância das relações no contexto familiar e o contexto profissional interdisciplinar. Quem se arvora pelos caminhos do atendimento à infância aprende que um bebê ou uma criança nunca está só, ela está no mundo, portanto todas as manifestações de sofrimento na infância estão inseridas em um meio afetivo. As crianças e bebês chegarão acompanhadas de adultos que cuidam dela. Os transtornos, medos, problemas no desenvolvimento ou ainda acontecimentos inesperados na vida, acometem este seio familiar e social que também pede acolhimento. A escuta se estende então de forma necessária aos pais e profissionais em uma rede de cuidado fundamental.

Compartilhar: