Olá a todos os seguidores. Hoje decidi postar um texto que emergiu de uma forte sensação. Deixei meu coração pulsar, partir e falar um pouquinho mais alto. Espero que gostem e que alivie alguns corações maternos!
Um coração se parte?
A minha sensação de hoje é de uma mãe, com um coração partido. E resolvi escrever sobre esse sentimento. Um sentimento bem concreto e real… bem longe do imaginário ou do hipotético.O que vem a ser então um coração partido? Ou um coração em pedacinhos? Ou então um coração bem apertado e pequeno diante do mundo da maternidade?Antes de me tornar mãe, achava que essas frases e/ou sensações não passavam de clichês ou exageros da alma feminina.Mas esses sentimentos são tão reais que ouso em afirmar que meu coração, literalmente, fica em pedaços, em vários episódios, contextos e necessidades da vida.Como é difícil dar atenção às necessidades e demandas apresentadas pela família/ membros familiares, quando todos estão precisando de demasiada atenção e afeto para enfrentar duros e difíceis caminhos que a vida nos oferece e nos pede para saborear e fazer a digestão de sentimentos e sensações que pesam, não somente no estômago, mas também na nossa alma.
É o filho mais velho que necessita ser acolhido em seus novos caminhos, como a entrada na escola, é o marido que está passando por dificuldades do próprio processo do existir, é a mãe/ mulher que está passando por profundas transformações psíquicas e afetivas diante do milagre em gerar mais vida em um ventre, é a filha que precisa dar atenção aos pais diante do envelhecimento, é a mulher que necessita estar bem psicologicamente para entregar as demandas de trabalho, é a mãe que precisa elaborar os seus traumas diante de uma perda neonatal e/ou de uma gestação muito difícil, é a mulher/ mãe que precisa vencer o cansaço e brincar com os filhos, é a mãe/ mulher que ao entrar para tomar banho, pensa o tempo todo em cada pessoa que faz parte da sua vida afetiva e familiar e tenta conciliar ao máximo todas as necessidades, para que todos possam ser acolhidos…Aiii…. o coração se parte.
Não porque me sinta com a síndrome da mulher/ mãe maravilha. Muito pelo contrário! Sei que não a sou e nem quero ser. Afinal de contas sou bem humana… com uma natureza bem distante das heroínas com super poderes. Mas diante dessa minha natureza humana, aprendi e tenho aprendido diariamente a amar intensamente as pessoas que estão ao meu redor e que fazem a minha vida ter um outro sentido… Sim! Amar muito os filhos, o companheiro, a família.E tenho aprendido que quando amamos intensamente e de forma verdadeira, o coração pulsa tão forte, que as vezes se parte em pedacinhos. Em um momento do dia olhamos com mais atenção o primeiro pedacinho, em uma outra hora da tarde o segundo pedacinho, a noite acolhemos com muito afeto o terceiro pedacinho e, em algum momento- que pode ser tomando banho, fazendo xixi ou preparando a refeição… eu aqui, mulher, mãe, esposa, filha… tento compreender que as sutilezas e delicadezas da vida podem servir de potentes ligas para unir todos os pedacinhos.E as delicadezas da vida não são necessariamente momentos que nos trazem a alegria. E, sim, momentos que nos trazem força, resiliência, amadurecimento e às vezes, acompanhados de muitas lágrimas e corações apertados e divididos em mil pedacinhos.Momentos que nos geram marcas existências. Aquelas mesmas que nos mostram que a vida é bem real… que a vida não é Istagran, Facebook ou uma realidade criada para os outros. Momentos que nos mostram que a vida é esse constante saborear e digerir os diferentes sabores e cores que enfrentamos diariamente.
Momentos que nos mostram que só seremos singulares e carregaremos a nossa singularidade se compreendermos que ainda enfrentaremos muitos e muitos outros episódios de corações partidos nas diversas fases da vida de nossos filhos, maridos, pais, familiares e amigos.Ahhhh… se o coração não pudesse se partir, se não pudéssemos chorar, se não pudéssemos entristecer, se não pudéssemos perder o rumo/ a direção… como deixaríamos marcas em nossas almas e corpos? Perderíamos muito a nossa singularidade humana, a nossa força, a nossa resiliência… Seríamos seres e, me coloco como mãe e mulher, sem marcas existenciais e significativas… Seríamos um monte de super heróis, aqueles que sempre tem os mesmos super poderes, as mesmas roupas e as mesmas condutas…Super heróis que nunca saberão o que é viver um dia de cada vez, transforma-se, fortalecer-se ainda mais… Super heróis, sempre, com o mesmo corpo, a mesma roupagem, os mesmos poderes .Pois é… experimentar um coração partido é ter a certeza de que estamos sempre em transformação, em crescimento, em vida.
Cada vez que meu coração pulsa mais forte, penso que estou recebendo marcas. Marcas que serão a minha singularidade. Marcas próprias. E as delicadezas do dia a dia, das relações e da vida… a minha fonte eterna de força e resiliência.Portanto, mães e mulheres… não existem teorias cientificas para explicar os nossos corações em pedaços e/ ou apertados. É a vida diária quem nos permite essa sensação. Sensação doida, mas que nos geram as nossas singularidades, essências e marcas existenciais únicas.Um grande beijo, Tetê- mãe de Maitê Maria e mulher em fase de muitas transformações-.