Novas epidemias, algumas totalmente erradicas no Brasil graças às vacinas, como é o caso do sarampo, agora ressurgem. Entre as causas deste retrocesso na saúde está o movimento conhecido como ” antivacinas” , que as apontam como causadoras de doenças e transtornos, tais como o autismo (TEA).
A história de que a vacina tríplice viral MMR (sarampo, caxumba e rubéola) poderia levar ao autismo teve sua origem em artigo publicado em 1998 no The Lancet por Andrew Wakefield no Reino Unido em 1998, quando informou a comunidade cientifica que o vírus da vacina contra sarampo causava uma doença inflamatória intestinal, permitindo que o mesmo entrasse na corrente sanguínea e danificasse o cérebro da criança. Artigo este que foi totalmente invalidado, sendo retirado em 2010 pela Revista Lancet (revista que inicialmente o artigo foi publicado), pois nenhum cientista foi capaz de reproduzir esta pesquisa. Além de uma investigação do autor Wakefield constatar que tinha interesses financeiros, em especial para atuar contra fabricantes de vacinas. Resultou ainda no impedimento permanente do autor deste artigo exercer a medicina no Reino Unido.
Para não deixar dúvidas, quanto a inexistência de relação de autismo e vacinação, um outro artigo publicado em março de 2019 intitulado Vacinação contra sarampo, caxumba, rubéola e autismo: um estudo de coorte nacional, com a participação de 657 461 crianças nascidas na Dinamarca, no período de 1999 e 31 de dezembro de 2010, com seguimento a partir de 1 ano de idade, até 31 de agosto de 2013, das quais 6.517 crianças tinham o diagnóstico de autismo. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar se a vacina tríplice viral aumentava o risco de autismo em crianças, que foram divididas em dois subgrupos (crianças vacinadas e não vacinadas), após determinado período de tempo após a vacinação.
A pesquisa concluiu: O estudo apoia fortemente que a vacinação MMR não aumenta o risco de autismo, não desencadeia o autismo em crianças suscetíveis e não está associada ao agrupamento de casos de autismo após a vacinação.
No ano de 2017, com um surto de sarampo na Venezuela e com a migração dos venezuelanos para o Brasil, fez com que em 2018 a doença atingisse 11 estados brasileiros e 10.302 pessoas por conta da baixa cobertura vacinal e da perda do certificado da ONU (Organizações das Nações Unidas) pela eliminação do vírus do sarampo conquistado em 2016. Dados mais recentes mostram que em 2019 o Brasil já notificou 123 casos confirmados de sarampo, sendo 51 casos no Estado de São Paulo.
Portanto nós pais, profissionais de saúde e cidadãos temos o dever e a responsabilidade de garantir as nossas crianças uma vida saudável, isenta de qualquer doença que possa ser totalmente prevenida por vacinas.
‘Vacina é imprescindível para barrar disseminação do sarampo’, diz ministro da Saúde Dr. Luiz Henrique Mandetta.
Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) alerta para os riscos das notícias falsas sobre vacinação
Para evitar as notícias falsas que circulam entre aplicativos de mensagens e redes sociais, o Ministério da Saúde também disponibiliza um número de whatsapp para denúncias, que podem ser enviadas gratuitamente. O número (61) 99289-4640 checa a veracidade da informação e, com isso, o cidadão pode confirmar se a informação é verdadeira ou não antes de compartilhá-la.
Um grande abraço, Dra. Márcia de Freitas, a pediatra e neonatologista de nossa equipe.