A descoberta da região íntima e o ‘despertar’ da sexualidade infantil

Queridos seguidores, essa semana fui convidada à escrever sobre a descoberta do corpo e, aproveitei e estiquei um pouquinho o texto para ser postado aqui. Maitê Maria está iniciando a fase em que observa/toca a sua região íntima e a da mamãe. Quando estou fazendo xixi ela sempre entra, – nunca mais fiz um xixi sossegada e sozinha- pega um pedacinho, bem pequenino, de papel higiênico e me entrega para limpar. E preciso afirmar que nossa rotina diária é permeada de banhos com a mamãe, com o papai e com toda a família. Acho que essas ações são bem vindas ao longo do desenvolvimento corporal e da sexualidade de nossos filhos. Abaixo segue o texto. Espero que gostem

A descoberta da região íntima e o despertar da sexualidade infantil
Antes de qualquer explicação teórica sobre o desenvolvimento da sexualidade infantil é importantíssimo que saibamos que, desde os primeiros dias de vida, nossa sexualidade está em pleno desenvolvimento. Quando afirmo e esclareço isto para os pais, alguns ficam de cabelo em pé e não entendem como uma criança de pouquíssimos meses de vida pode estar em pleno desenvolvimento da sexualidade.
O bebê recebe e capta várias sensações e estímulos pela pele, pelo corpo, pelos olhos/ouvidos, pelas mãos/pés e, também quando são tocados na região intima, por exemplo, diante de uma troca de fraldas e/ou higienização. Todas essas sensações são sentidas pelo bebê, sendo um meio importantíssimo para a descoberta das partes do corpo e do próprio prazer- o que o agrada-.  
O toque é um estímulo tátil que gera muito prazer para o bebê. Assim, além de gostar do toque dos pais e/ou dos principais cuidadores pelo corpo, o bebê, ao longo de seu amadurecimento e desenvolvimento, aprende e gosta de tocar o seu corpinho também, incluindo a descoberta dos órgãos genitais.
A descoberta dos órgãos genitais acontece ainda no primeiro ano de vida. A criança pode apertar, enfiar os dedinhos, esticar e olhar com toda atenção e curiosidade para a sua região íntima.
Porém, como o prazer da criança, até os 2 anos de idade, concentra-se na boca (oralidade) estes comportamentos típicos da descoberta dos órgãos genitais são muito menos frequente do que na faixa etária ao longo do segundo, terceiro e quarto anos de vida.
Nessa fase, não apenas o ‘toque em si mesmo’ estará presente, mas o ‘toque no outro’ e a descoberta das semelhanças/diferenças entre os gêneros permeará o desenvolvimento normal da sexualidade. Portanto, tocar, olhar o órgão genital de crianças da MESMA IDADE, do mesmo e/ou diferente gênero são comportamentos normais e que devem ser esperados pelos pais e educadores. E se a criança ainda tiver a oportunidade de apalpar e/ou lamber a região intima do amiguinho (a), isso poderá acontecer por pura e exclusiva curiosidade. Podem acreditar papais! Conhecer o que está escondido no outro e compreender as diferenças e/ou semelhanças apresentadas é extremamente excitante e empolgante para as crianças.
Os pais devem observar esses comportamentos e, se ocorrer com crianças da mesma idade, podem ficar calmos que é somente um aprendizado diante de muita curiosidade. Fiquem tranquilos que mesmo diante das apalpações, o orgasmo não ocorrerá. Estão apenas captando e compreendendo as informações sensitivas e perceptivas. Portanto, brincadeiras de médico, levantar a saia, tirar a bermuda, desejar ficar nu, ir ao banheiro com o amigo (a) e, até experimentar as diferenças ‘feminina’ e ‘masculina’ para fazer ‘xixi’ poderão ocorrer.
Pais, quanto à masturbação, não se descabelem se esse comportamento ocorrer na fase seguinte. A masturbação também é um comportamento de autodescobertas e muito normal para o desenvolvimento da sexualidade de qualquer ser humano, incluindo, portanto, as meninas e os meninos.
A preocupação deve ocorrer se esses comportamentos acontecerem entre crianças de idades diferentes. Observe se há uma diferença maior e/ou igual a quatro anos. Caso exista, esse acontecimento deverá ser abordado diferentemente, seguindo a lógica do abuso sexual e não do desenvolvimento normal da sexualidade infantil.
Um abraço a todos, Teresa Ruas e Maitê Maria

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