Colo não estraga: é uma experiência afetiva para pais e bebês

Desenvolvimento humano é um processo de interação entre a hereditariedade e o meio ambiente, caracterizado por mudanças contínuas, gradativas e complexas, das quais participam todos os aspectos de crescimento e maturação dos aparelhos e sistemas do organismo.

As experiências recebidas pelo ambiente tais como as afetivas, de cuidado, de autocuidado e as lúdicas entre pais e crianças vão se tornando oportunidades importantes que potencializam  e qualificam a maturação do organismo, possibilitando a expressão dos comportamentos sensoriais, motores, cognitivos e afetivos esperados em cada fase do desenvolvimento, especialmente nos primeiros anos de vida.

Seguindo o contexto de cuidado/ autocuidado entre pais e bebês, o contato físico- presente em vários momentos diários, tais como o banho, a alimentação, a troca de roupa, a troca de fralda, as brincadeiras, os cafunês, as trocas de carinho, o colo- é de extrema importância nos primeiros anos de vida, período no qual o cérebro está plástico, ou seja, muito suscetível a tudo que recebe de seu ambiente.

Como tocamos o bebê, como o acariciamos e como o acalentamos é também a forma como ele se expressará, demonstrando conforto ou desconforto, prazer ou desprazer, segurança ou insegurança.

Dar colo, carinho, carícias…. são atividades humanas marcadas pelo afeto e isso gera marcas significativas para todo bebê, especialmente, porque todo bebê é um grande orgão sensorial… a pele é um grande orgão sensorial que carrega marcas afetivas e sociais, justamente pelas experiências do toque humano, do contato físico e do cuidado íntimo entre pais e bebês.

Bebês precisam ser carregados no colo, receber muito carinho, ser ninados, acariciados, massageados…. está errado dizer que colo estraga e mima…bebês prematuros necessitam de muito colo… é diante do nosso toque e aconchego que vamos gerando conforto e segurança afetiva para essas crianças que permaneceram tanto tempo em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

Pelo contato físico, por meio das carícias, carinho, massagens e o colo… estamos estabelecendo a primeira forma de diálogo e comunicação entre pais e bebês, por meio do apego emocional e social. A segurança emocional é base fundamental para potencializar todos os nossos sentidos, garantir a VIDA e todo desenvolvimento infantil.

Portanto, não vamos confundir o colo e as carícias entre pais e filhos como ações de superproteção. Carinho e aconchego somente potencializam o bem estar, a tranquilidade e a segurança de nossos bebês, especialmente para os prematuros.

Aberta a campanha: dê muito colo para os nossos prematuros!

Assistam o lindo vídeo sobre esse mesmo assunto da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

Contato Físico

O tato é a primeira forma de diálogo com o bebê. Por isso, valem carinho, massagem, toque, cosquinha, colinho… Tudo para promover o bom desenvolvimento infantil, como mostra esta pílula inédita de O Começo da Vida 🙂

Posted by Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal on Sunday, October 22, 2017

Referências Bibliográficas

Brito, M. H. P.; Paula, V. L.M. Um perfil da mãe prematura. In: Megalço Rosely Gazire (org). A ética na atenção ao bebê: Psicanálise- Saúde- Educação, São Paulo, Casa do Psicólogo , 2006, 115-123. 

CANOTILHO, M. M. Efeitos do Método Mãe- Canguru sobre o desenvolvimento motor de bebês pré-termo extremos. Tese de Doutorado. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2005.

Field T.; Diego M. A.; Hernandez- Reif M., Deeds O., Figueiredo, B. Moderate versus light pressure massage therapy leads to greater weight gain in preterm infants. Estados Unidos da América, 2006. 

Harlow, Harry (1958). The Nature of Love. American Psychologist, 13, 673- 685. 

Kraus, M. W., Huang, C. & Keltner, D. Tactile Communication, Cooperation, and Performance: an ethological study of the NBA. Emotion, 10 (5), 745-749, 2010.

Marx V.; Nagy E. Fetal Behavioural Responses to Maternal Voice and Touch. Plos One 10 (6), 2015. 

Teresa Ruas e Ana Luiza Andreotti

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