Dois anos: fase terrível ou marcada pelo ganho de independência?

Olá queridos seguidores, após um grande período de reflexões sobre o mundo da maternidade e suas ‘questões’, estou entrando em uma fase de ‘observações’ e ‘percepções’ sobre o mundo dos 2 anos e todas as suas conquistas- início com o post da semana passada-. 

É fato que as crianças de 2 anos ainda carregam muitos traços de um ‘bebezão’: ainda precisam de sua mamadeira, muitas ainda dormem com a chupeta, necessitam do aconchego do colo materno, muitas ainda usam fraldas e não desgrudam de seus objetos de apego, principalmente, na hora de dormir.Mas…demonstram grandes e nítidas mudanças em seus comportamentos. Querem mexer em tudo, possuem uma energia que nós adultos não conseguimos ‘compreender’ e muito menos acompanhar, não param quietos, ao menos que esteja passando na telinha o desenho predileto, imitam as ações que nós, pais, realizamos diariamente, repetem tudo o que ouvem, soltam frases inesperadas e que deixam os adultos perplexos diante de tanto desenvolvimento da linguagem, querem comer sozinhos e utilizando os talheres dos adultos, já nos auxiliam no banho, no vestuário e na escovação dos dentes e entre outras conquistas. O banheiro, a cozinha, a sala e os quartos passam a ser grandes laboratórios de experiências, de aprendizagens e de muita imitação das ações que são realizadas pelos pais. Rolos de papel higiênico, tubos de pasta de dente, caixas com sabonetes e embalagens com fio dental deixam o banheiro um espaço encantador. Na cozinha, um espremedor de laranja pode, facilmente, virar um cachorro, as panelas, uma bateria e as cadeiras, emocionantes escorregadores. Na sala, os livros de fotos passam a ser vistos diariamente e a criança com 2 anos já demonstra uma real compreensão do que significa família, ao apontar todos os elementos do núcleo familiar, incluindo ela mesma. E o que dizer do quarto dos pais? Os sapatos são diariamente colocados nos pés, os colares, anéis e pulseiras passam a ser cobiçados, as gravatas passam a ser rabos de gato, as roupas já recebem a caracterização de serem do papai ou da mamãe, as malas passam a ser caixas encantadas e as nossas camas passam a ser o pula-pula mais divertido de todos. É muita criatividade e imaginação à flor da pele- características que estão apenas começando e que estarão mais maduras com 3, 4 e 5 anos de idade-. Realmente, aos dois anos, a criança começa a ter a real sensação de como ela é ativa diante do seu meio ambiente e de sua cultura. Começa a descobrir que tem desejos e vontades próprias e que não depende o tempo todo de um adulto para realizar o que pretende. A criança começa, portanto, a se tornar um ser mais social e com uma capacidade ‘ilimitada’ para imitar e aprender com os adultos e crianças ao seu redor. 

É, sim, uma grande mudança! Se tornam mais autônomas e independentes, além de verdadeiras exploradoras. Tudo isso assusta os pais. Porque por mais que ainda sejam denominadas como bebês, são seres sociais, culturais e afetivas em pleno e total desenvolvimento, com características e vontades próprias. Por isso mesmo é que vão testar todos os limites impostos e, frequentemente, testar até onde vai a paciência dos pais. Todas essas características tendem a aumentar nos anos seguintes, porém a criança já possuirá uma outra maturidade cognitiva e afetiva. E, juntamente, com toda essa mudança o cansaço dos pais vem à galope. Já que nessa fase, o aprendizado motor é muito evidente. Correr, pular, subir, trepar, escorregar são ações amadas por esses pequenos. Por isso mesmo, os parques e os espaços ao ar livre são tão indicados. Além, de possibilitarmos o contato com a natureza e seus diferentes elementos- terra, água, areias, flores, árvores, animais-, atividades repletas de exercícios físicos/motores, é também um momento para as crianças gastarem a ‘energia sem fim’, característica dessa fase. Apesar de ser uma fase repleta de transformações e mudanças é também, e como já disse, muito cansativa. Portanto, não podemos confundir a nossa exaustão e o nosso susto diante de tantas conquistas com as características dessa fase. O que quero afirmar é que os 2 anos não podem ser vistos como tão terríveis assim se, na verdade, a criança começa a nos demonstrar grande ganho de independência, autonomia e uma real percepção de que é um ser social e afetivo em pleno desenvolvimento. E para embasar ainda mais essa minha percepção, como mãe e especialista, escolhi um texto que falará justamente dessas profundas transformações que acompanham a idade dos dois anos. Espero que gostem e reflitam se, realmente, a fase dos dois anos é tão terrível assim como a nossa cultura a classifica, ok?  a criança de dois anos e os terríveis adultos que cuidam delaUm grande abraço, Maitê Maria e Tetê
Até o próximo post 

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