Meu milagre, por Melissa Vieira de Pontes

Olá a todos… em em nosso novembro roxo, continuamos com os depoimentos reais de experiência com a prematuridade. Hoje, o relato é da mãe Melissa e o seu guerreiro Carlos Roberto.

Toda a equipe do prematuros.com.br, deseja que cada relato aqui exposto possa fortalecer muitas famílias que estejam enfrentando a dura realidade da prematuridade.

Com vocês, mais um depoimento real:

Em 2017 tive 2 abortos, ambos com 8 semanas gestacionais…ja tinha até me conformado que não conseguiria ser mãe, afinal, já fazia 12 anos que estávamos tentando.


Em novembro de 2018, comecei a passar muito mal, achava que era por conta da sinusite…não fui ao médico porque não queria tomar antibióticos, final de ano, agenda lotada e vida que tinha que seguir.


Porém, na semana do Natal resolvi fazer um teste de farmácia. O resultado? Acreditem… positivo! Nem acreditei, não falei para ninguém, pois minha felicidade não durava muito tempo e também não queria criar expectativas. Fui viajar e quando voltei de viagem resolvi contar para o meu marido e marcar uma consulta.

Na consulta, a ginecologista me pediu todos os exames e um ultrassom. No ultrassom, quando ouvi seu coraçãozinho pela primeira vez, não acreditei… foi só choro, mas de felicidade…como eu esperei por você, meu filho(a), que estava, naquele momento com 14 semanas. Fiz o restante dos exames e levei pra médica e por eu ser hipertensa, ela achou melhor que eu fizesse o pré natal de alto risco. Mal sabia ela, que ela era um anjo que Deus estava colocando em nossas vidas.


Iniciei meu pré natal de alto risco e tudo normal, até que com 22 semanas fui fazer o morfológico e medir o colo do útero… de lá já fui direto internar, pois estava com o colo do útero curto e aberto. Tive que fazer a cerclagem e iniciei com os medicamentos para não ter contração. Tava indo tudo bem, apesar de ficar apenas deitada por conta do repouso, mas tava tudo bem, era pela vida do meu bem mais precioso. Com 28 semanas fui na consulta e com o exame de toque foi constatado que os pontos estavam soltando e minha médica disse que eu não iria segurar por muito tempo. Nós ficamos arrasados, não podia aceitar aquela situação de jeito nenhum. Naquele dia mesmo tomei três doses de corticoide e com 29 semanas, fui fazer um ultra com doppler, no qual eu descobri que meu mundo seria azul

…estava tudo bem com o meu Carlos, era só felicidade. Porém, minha felicidade durou por mais 3 dias. Em uma sexta-feira a tarde minha bolsa estourou, fomos para maternidade, a médica do plantão me internou e ficou monitorando até minha médica chegar. No outro dia de manhã fiz ultrassom para saber como estava e graças à Deus, estava tudo bem com o bebê, apesar de estar com pouco liquido, mas iam tentar segurar mais um pouco. Quando foi umas 14:00 a enfermeira chefe passou para ouvir o coraçãozinho, tentou, tentou e não ouviu, me tranquilizou e disse que minha médica conseguiria escutar. Eu mal poderia imaginar que a luta pela nossa vida começaria naquele momento. A médica veio e também não conseguiu ouvir, pediu para fazer um exame de toque, quando ela colocou a mão, viu que estava com prolapso de cordão e meu filho estava sem batimentos… Naquela hora meu mundo desabou… vi a tristeza no olhar de quem estava no consultório…foi uma correria só, ela ja pediu pra preparar a sala e buscar a maca, pois tentaria salvar a vida do meu filho…a única coisa que eu disse, foi que estava com muito medo…ela só me respondeu, agora vou tentar salvar a vida do seu filho. Começaram reanima- lo dentro da minha barriga, empurrando ele pra cima sem parar. Não foi permitido entrar nenhum acompanhante comigo no C.O, minha anestesia foi geral porque não poderia me colocar na posição para anestesiar…14:40 meu filho nasceu, chorando, 1,240kg e 39cm…ja levaram direto pra uti neonatal, onde permaneceu 36 dias.

Tive convulsão depois do parto e não conseguia voltar da anestesia e por isso, só conheci meu amor no outro dia. Graças à Deus não teve nenhuma intercorrência, somente icterícia. A médica disse para meu marido que nosso filho é um verdadeiro milagre e que não era para esquecermos nunca disso. Foram dias de muito choro, incertezas e medo, muito medo…ficava o dia todo com ele, mesmo que só olhando e acariciando. Meu primeiro canguru foi 8 dias depois de nascido e coincidentemente no dia das mães, foi o melhor presente, depois dele, claro. Agradeço todos os dias pela vida do meu filho, meu milagre, meu Carlos Roberto.

Com afeto, Melissa e Equipe prematuros.com.br

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