O engatinhar parte 1: o olhar de mãe e especialista

Como combinado, segue o meu primeiro post de 2014 sobre o engatinhar. Resolvi postar alguns trechos/respostas, de minha autoria, que foram dados à revista Crescer, além de outras observações e vivências como especialista e mãe de Maitê Maria. Como ficou um pouco extenso, resolvi dividir em dois posts. A primeira pergunta e resposta está no post 1 e a segunda no post 2.  Porém, antes, gostaria de pontuar que nem todas as crianças passam por esta etapa, pois já começam a ficar em pé e depois dar os seus primeiros passinhos. Além disso, para as crianças que passam por esta fase, é importante que os pais e os educadores saibam que existem vários “tipos” e “maneiras” de engatinhar. Portanto, as crianças não engatinharão da mesma forma, nem no mesmo ritmo e muito menos na mesma frequência e velocidade.   Primeira Pergunta:   Em qual faixa etária um bebê começa a engatinhar? Em qual estágio neurológico e neuromotor, o bebê deve estar para conseguir engatinhar?Frequentemente, por volta do quinto mês e durante o sexto mês, o bebê adquire, principalmente, um maior controle de tronco e fortalecimento da musculatura abdominal. Estas aquisições possibilitarão futuramente o aprender a engatinhar. Algumas habilidades motoras são importantes para que o bebê possa se preparar para esta nova conquista motora e, após refiná-la, entre elas estão:  Rolar de um lado para o outro com mais rapidez e destreza motora.Ficar mais tempo de barriga para baixo, conseguindo erguer o corpo com as mãos e, depois  soltar uma das mãos do chão para pegar um brinquedo/objeto de interesse.Arrastar-se. Geralmente, a criança apren­de, primeiro, a fazer os movimentos/ arrastar-se para trás, pois é mais fácil empurrar o corpo com o auxílio dos braços e das mãos. Este é um grande passo para o engatinhar!Aqui é importante ressaltar que vários bebês não gostam de ficar de barriga para baixo. Esta posição é chata e difícil mesmo, por isso é importante que neste momento tenham atrativos ao redor do bebê para que ele consiga permanecer nesta posição. Lógico, que é importante respeitar a criança. Portanto, se o choro e se o desagrado forem frequentes nesta posição, calma…nada de forçar algo que o bebê não está afim. O estresse pode ser muito pior para a criança.  

Já por volta do sétimo/oitavo mês o bebê já pode conseguir:
Ficar na posição “gato”, tendo como apoio as duas mãos e os dois joelhos no chão. Importante habilidade para o engatinhar. Alguns bebês já até conseguem não apenas ficar nesta posição, mas iniciar o engatinhar propriamente dito. Apoiar-se no adulto ou em algum móvel e se puxar com os braços e mãos para ficar em pé e depois se sentar novamente e ir para a posição do engatinhar.

E por volta dos nove ao décimo segundo meses, o bebê:
Engatinha com facilidade. Agora, o bebê já apresenta um engatinhar com maior/melhor equilíbrio e coordenação dos movi­mentos dos braços, mãos, joelhos, pernas e pés. Esta habilidade na movimentação e equilíbrio de braços, mãos, joelhos, pernas e pés é um passo muito im­portante para a próxima etapa que é ficar em pé e dar os primeiros passos.

É importante pontuar que o fato da criança conseguir ficar em pé e dar os primeiros passos, não significa que ela não vai mais engatinhar. Pelo contrário! Como a criança pode ser mais veloz e ágil para pegar e/ou chegar onde ela deseja engatinhando, ela pode até estar dando os primeiros passos, mas na sua “urgência” utiliza-se do engatinhar. Além disso, existem crianças que iniciam o “ficar em pé” e “dar os primeiros passos” sem antes terem engatinhado e com estas aquisições aprendem e iniciam o engatinhar.
   Ou seja, como disse no início deste post, não existe uma única maneira de expressar todo o desenvolvimento e todas as habilidades que as crianças rapidamente adquirem nos primeiros três anos de vida. As crianças são únicas e devem ser comparadas com elas mesmas, respeitando o seu ritmo de desenvolvimento e crescimento. Lógico, que atrasos e dificuldades significativas devem ser observados, alertados e acompanhados por especialistas e pediatras, pois quanto mais precoce for a identificação de uma dificuldade/atraso, melhores serão os resultados.  Além disso, os pais de crianças prematuras, de baixo peso e/ou de risco devem sempre se lembrar da correção da idade gestacional e de que estas crianças, frequentemente, demonstram outro ritmo no desenvolvimento. Porém, este “outro ritmo” não quer dizer atraso e/ou dificuldade e. sim, uma outra característica no desenvolvimento infantil, principalmente nos dois primeiros anos de vida.   
  Enfim, encerro esta primeira parte pontuando o quanto os pais acompanharão tombos, cabeçadas e choros de “dodói”. Mas os tombos são esperados. O que os pais não esperam é aquela dorzinha no coração ao ver os nossos filhos dando cabeçadas e cabeçadas no chão ou nos móveis. Por isso mesmo, nesta etapa do engatinhar e dos primeiros passos, o melhor mesmo é deixar a decoração da casa de lado, retirando enfeites que possam quebrar, cortar e afastando os móveis para que a criança possa explorar com mais tranquilidades e segurança todo o espaço da casa. A parte 2 deste tema segue em outro post, um grande beijo, Tete e Maitê Maria

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