O espírito natalino e a primeira infância: lembranças e aprendizagens significativas

Olá a todos os seguidores, amigos e familiares
Desejo a todos um natal cheio de paz, de fé e de esperança, e um ano novo cheio de sonhos e de planejamentos para alcançá-los! 
Muito obrigada pelo carinho que recebi durante todo o ano diante da leitura dos posts e do acompanhamento desse espaço. 
E para encerrar 2014, posto aqui  um texto que escrevi para as embaixadoras do brincar sobre a importância do espírito natalino para a primeira infância. Espero que gostem!
Em 2015, continuarei com posts sobre desenvolvimento infantil e  sobre as aventuras de Maitê Maria.   
O espírito natalino e a primeira infância: lembranças e aprendizagens significativas

Quem de nós- adultos e pais atuais- que não sentimos saudade do espírito natalino, vivenciado em nossas infâncias? Não há como negar que o natal sempre teve um significado especial para as crianças e que, realmente, esse momento transforma ‘cenas reais’ em lembranças significativas e eternas. Mas será por quê tudo isso acontece?
No período do natal existem muitos símbolos, valores e crenças que modificam e ‘mexem’ com os sentimentos, com a imaginação, com a ludicidade e com os próprios comportamentos diários das crianças.
E todo esse processo pode se iniciar desde a montagem da árvore de natal, dos enfeites decorativos em casa, até o dia em que tudo é desmontado e guardado, demarcando, para os pequenos, o início de um novo ano, com outras conquistas e experiências. E alguns pais podem estar se perguntando: como assim? E explicarei com algumas lembranças significativas de minha própria infância, pois minha filha ainda está pequena para eu vivenciar alguns desses momentos com ela.
Lembro- me claramente dos enfeites que minha mãe colocava na árvore de natal. Eram desenhos, adornos, bolinhas pintadas e confeccionadas por mim e pelos meus irmãos. Eu me sentia extremamente orgulhosa de ter participado da decoração da casa, e das minhas ideias terem sido acolhidas pelos meus irmãos mais velhos.
Penso que esse hábito de pedir para a criança auxiliar na decoração da casa, de fazer escolhas e de aceitar a opinião dos outros membros familiares não pode ser perdido. É um momento extremamente rico, lúdico e prazeroso para pais, crianças e irmãos de diferentes faixas etárias se relacionarem ‘bem de pertinho’ e, aprenderem a respeitarem cada um, diante de suas características, habilidades e possibilidades. Afinal de contas, é a criança quem vai escolher o que fazer, como fazer e onde colocar. Além disso, é um momento para que a criança solte, livremente, a sua criatividade em meio a diversos materiais como bolas de isopor, canetinhas, tintas, lantejoulas, grãos, caixas de papelão, papel colorido, entre outros materiais.
E o que dizer de toda magia envolvida na figura do papai Noel? Com certeza, é muito frequente que crianças pequeninas sintam medo do ‘bom velhinho’, mas com o crescimento, é esperado que o medo de lugar a outros sentimentos. Muitas crianças esperam ansiosas pelo momento da escrita de sua carta. E esse hábito também não pode se perder, pois durante a escrita, a criança consegue expressar os seus sentimentos, as suas sensações, o que a fez feliz durante o ano, quais foram as dificuldades enfrentadas, quais são os desejos que ela apresenta, entre outros. Nesse processo de expressão dos sentimentos, os pais podem ‘captar’ mensagens que, ás vezes, passam despercebidas durante o ano e, principalmente, trabalhar valores como o respeito, a admiração, a esperança, o perdão, a fraternidade e os bons comportamentos. Portanto, a cartinha não deve ser um meio apenas para pedir o presente e, sim, um meio para que a criança expresse como foi o seu ano, como foram as suas experiências e, assim, possibilitarmos o aprendizado de valores e condutas importantes para o dia a dia de nossos pequenos na vivência familiar e escolar.

Além disso, todo o imaginário mágico envolvido no natal pode se transformar em muita aprendizagem. Lembro-me claramente da minha mãe -com um mapa do mundo em suas mãos- explicando o lugar de ‘origem’ do papai Noel e todo o trajeto que ele percorreria até chegar em Minas Gerais. Falávamos os nomes dos países, dos continentes, dos oceanos e aprendíamos que, além das crianças brasileiras, existiam varias outras crianças, com diferentes culturas/hábitos e que também iriam celebrar o natal com suas famílias. Além de conceitos geográficos, minha mãe nos transmitia o espírito da diversidade e da igualdade- valores importantes no mundo contemporâneo e que muitas vezes são perdidos na relação com as crianças, especialmente com as pequenas-. E tenho notado, que ás vezes, os pais não conversam sobre esses valores, não por não os acharem importantes, mas por não saberem como os introduzir e/ou como os tornar mais ‘concretos’ para as crianças. O natal é um excelente momento para introduzirmos valores humanos aos pequenos e falarmos a mesma língua das crianças. Afinal de contas, o aprendizado se torna muito mais real quando os adultos permitem que a imaginação, a criatividade e a ludicidade sejam os ‘chefes’ desse processo.Portanto, convido todos os adultos que são pais a reviverem as suas lembranças natalinas, experimentando situações de amor, de respeito e de carinho com os seus próprios filhos, acrescidas de muita ludicidade, de muita imaginação e de muita aprendizagem!
Feliz natal a todos e que o bom velhinho consiga renascer importantes valores em nosso dia a dia, um grande abraço, Teresa Ruas e Maitê Maria

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